Emendas dos congressistas do Ceará excluem 46% dos municípios do Estado

Municípios mais pobres do Ceará não receberão repasses do Orçamento Federal por meio de emendas individuais de deputados e senadores. Outras 99 cidades serão beneficiadas com o recurso, destinado a investimentos em várias áreas

Quase metade dos municípios cearenses, 85 dos 184, não receberá, neste ano de 2020, recursos das emendas individuais da bancada do Ceará no Congresso Nacional.

O valor de R$ 15,9 milhões para cada deputado federal e senador da República é, anualmente, destinado aos gestores públicos para ser investido em diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura, entre outros setores.

 

 

Os municípios do Ceará mais “esquecidos” pelos parlamentares são os mais pobres e com menor quantidade de habitantes. Das 20 cidades que têm menos de 10 mil moradores, 16 delas estão na lista dos excluídos desse recurso.

 

As exceções dessas administrações mais vulneráveis em termos econômicos, e que serão beneficiadas com o dinheiro, são apenas os municípios de Ererê, Pacujá, Potiretama e Deputado Irapuan Pinheiro.

As administrações que mais deverão receber os valores são, pela ordem, Caucaia, com R$ 8,3 milhões, seguida de Granja, com R$ 7 milhões, Sobral, com R$ 6,1 milhões, e Fortaleza, com R$ 5,9 milhões.

Os números divulgados pela reportagem foram levantados com base nas informações que constam na Lei Orçamentária da União, já sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, e disponíveis no portal da Câmara dos Deputados.

Elmo Aguiar (PDT), prefeito de Cariré, que tem 18 mil habitantes, vai receber neste ano R$ 1 milhão desse recurso. Ele conta que vai usar o dinheiro na construção de estradas. Como o município é localizado entre os rios Acaraú, Jucurutu e Jaibaras, há “uma grande dificuldade para a população” em relação ao tráfego. Ele diz que a meta é “até final da gestão executar 250 quilômetros de estradas vicinais” e que esse montante vai ser fundamental nesse processo.

Apesar da ajuda neste ano, que gerou um certo alívio a uma parte das obrigações, Aguiar lamenta-se ao afirmar que nos municípios pequenos, principalmente do interior, só é possível “fazer algo com recurso externo”, que se caracteriza também pelas emendas individuais.

“FPM (Fundo de Participação dos Municípios) do primeiro decênio de março caiu em relação ao decênio de 2019 em R$ 90 mil aproximadamente”, reclama o prefeito ao apontar o cenário como “catástrofe” para as prefeituras.

A reportagem procurou o presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, que é prefeito de Cedro – um dos que não irão receber os valores neste ano -, para comentar o assunto, mas não retornou às diversas tentativas de contato ontem.

Ano eleitoral

A forma como o parlamentar decide como será investido o recurso nos municípios também é uma opção política, e fica mais explícita quando é ano de campanha eleitoral, tendo em vista o baixo repasse para municípios com poucos eleitores.

O cientista político e pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia da Universidade Federal do Ceará, Cleyton Monte, explica que o parlamentar direciona o recurso como forma de otimizar a execução e fortalecer o capital político nas suas bases eleitorais.

“Boa parte desse volume de emendas, por mais que possa ser direcionada, muitas vezes ela não é suficiente para finalizar uma obra em um ano, um projeto, por exemplo. Muitas vezes o parlamentar faz um cálculo e compensa mais encaminhar para o Governo do Estado agregar o valor a outros valores e agilizar algo mais rápido”, explicou Monte, que é um pesquisador da aplicação das emendas no País.

No caso de oito parlamentares do Ceará, os recursos destinados a emendas impositivas não foram direcionados no momento da análise do orçamento da União. Eles têm até o próximo dia 15 para definir com o gestor do município em qual projeto deverão investir o dinheiro.

 

É o caso dos deputados AJ Albuquerque (PP), André Figueiredo (PDT), Capitão Wagner (Pros), Domingos Neto (PSD), Eduardo Bismarck (PDT), Genecias Noronha (SD), Pedro Augusto Bezerra (PTB), e do senador Eduardo Girão (Podemos).

 

“São casos que você tem que ver. As estratégias dos parlamentares são muito diferentes. O senador é votado em todo o Estado. Cid Gomes, por exemplo, tem base em todo o Estado. Talvez o Eduardo Girão tenha uma concentração na Região Metropolitana de Fortaleza”, pondera o pesquisador do Lepem.

Em outros casos, segundo o professor Cleyton Monte, o empenho da emenda em municípios maiores, conhecido como cidades-polo, pode, também, interferir na rotina da população que mora nas proximidades, mesmo que sob outras administrações. Ele cita as cidades de Iguatu e Tauá como exemplos.

Monte ressalta, ainda, a importância da destinação das emendas na rotina parlamentar. Ele argumenta que “as pessoas criminalizam as emendas ao Orçamento, como se fosse sinal de corrupção”, mas que “o trabalho de emendar o orçamento é parte da prerrogativa dos parlamentares no Brasil. “Se se tira do parlamentar essa atribuição, você tira parte da prerrogativa”, argumenta o professor.

Obrigatoriedade

Desde 2015, pela Constituição Federal, a execução desse tipo de recurso é obrigatória. Ou seja, o Governo Federal é obrigado por lei a pagar o valor solicitado pelos congressistas através das chamadas emendas parlamentares, que são as contribuições de cada deputado federal e senador na distribuição do Orçamento do ano que é administrado pela Presidência da República.

De acordo com o Congresso Nacional, as sugestões dos 594 congressistas de todo o País somaram R$ 9,5 bilhões. Os deputados apresentaram 7.269 emendas individuais, no total de R$ 8,2 bilhões. Já os senadores apresentaram 1.072, somando R$ 1,3 bilhão.

A aprovação da emenda, que passou a obrigar o pagamento dos valores no exercício do ano, ocorreu em meio a divergências políticas entre Executivo e Legislativo, quando o então deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), em 2015, presidia a Câmara dos Deputados.

Tradicionalmente, a liberação das emendas era usada pelos presidentes da República em diálogo com a base aliada no Parlamento como moeda de troca na aprovação de projetos de interesse do Planalto.

A medida, que na época foi encarada como uma derrota do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), congelou parte do Orçamento da União e deu mais força ao Congresso Nacional do ponto de vista político e econômico.

A discussão, que antes se concentrava se o dinheiro seria liberado pelo Planalto, hoje a urgência do debate é a área e o local a ser destinado.

 

Idosos serão os primeiros a receber vacina contra gripe

Na primeira fase da campanha, com início em 23 de março, também entram trabalhadores de saúde, que estão na linha de frente do atendimento à população. O Dia D será em 9 de maio

Na primeira fase da campanha, com início em 23 de março, também entram trabalhadores de saúde, que estão na linha de frente do atendimento à população. O Dia D será em 9 de maio

O Ministério da Saúde inverteu a ordem de público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Primeiro, serão vacinados os idosos e os trabalhadores de saúde, que atuam na linha de frente do atendimento à população. A decisão da pasta é mais uma medida de proteção a esses públicos, em especial aos idosos, já que a vacina é uma proteção aos quadros de doenças respiratórias mais comuns, que dependendo da gravidade pode levar a óbito. Outra preocupação é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precise fazer deslocamentos no período esperado de provável circulação do vírus, no país. A primeira fase da campanha começa no dia 23 de março, em todo o Brasil.

A priorização dos idosos nessa primeira etapa, mesmo diante da não eficácia da vacina de Influenza contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid 19. Além disso, a pasta considera os estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos.

“Precisamos proteger os mais vulneráveis e os que estão na linha de frente no atendimento. É importante garantir que essas pessoas tenham acesso à informação para evitar filas nos postos de saúde. Nosso desafio é realizar a campanha com segurança e evitar aglomerações. O Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) está preparado”, explicou o secretário em Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

Do ponto de vista epidemiológico, as crianças são consideradas multiplicadoras de vírus respiratórios e, por isso, o PNI distanciou um público do outro. Serão duas semanas de intervalo entre uma fase e outra. Na segunda fase da campanha, que começa dia 16 de abril, entram os professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos doentes crônicos.

A partir de 9 de maio, Dia D de vacinação, serão vacinadas as crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais. A campanha seguirá até o dia 23 de maio.

PRODUÇÃO ANTECIPADA

Para a campanha nacional, o Insitututo Butantan está produzindo 75 milhões de doses que previne contra os três tipos de vírus de influenza que mais circularam no ano anterior. Historicamente a campanha de vacinação contra gripe (Influenza) acontecia na segunda quinzena de abril, mas será realizada com antecedência, pelo momento que o mundo passa no combate ao coronavírus e em virtude da sequência de confirmação de casos no país. A antecipação foi possível por meio de esforço conjunto do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan, produtor da vacina, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diante da situação de Emergência Internacional de Saúde Pública pelo coronavírus.

Ao anunciar as medidas na última sexta-feira (6), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aproveitou para destacar que “as influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus e a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, concluiu.

CASOS DE INFLUENZA NO BRASIL

O Ministério da Saúde mantém a vigilância da influenza no Brasil por meio da vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes hospitalizados. São 114 unidades distribuídas em todas as regiões geográficas do país e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos.

Os dados colhidos orientam a tomada de decisão em situações que requeiram novos posicionamentos do Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais.

Em 2020, até a Semana Epidemiológica 9 (29 de fevereiro), foram registrados 90 casos de influenza A (H1N1) pdm09 e 6 óbitos no Brasil. O estado de São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 28 notificações. Em seguida estão o estado da Bahia, com 14 casos, e o estado do Paraná, com 12 casos e 5 óbitos. O sexto óbito foi registrado no estado do Maranhão, que registrou 1 caso. As informações são preliminares e sujeitas a alterações. No mesmo período, em 2019, foram registrados 146 casos de influenza A (H1N1)pdm09 e 24 óbitos no país.

239ª Sessão Ordinária da 4ª Sessão Legislativa da 17ª Legislatura

Acompanhe o resumo da 239ª Sessão Ordinária da 4ª Sessão Legislativa da 17ª Legislatura, acontecida no dia 10/03/2020

 

Sessão: 239ª Sessão Ordinária da 4ª Sessão Legislativa da 17ª Legislatura

Data: 10 de Março de 2020

Presidente: Rubens Darlan de Morais Lobo

Estiveram presentes os parlamentares: Jose Adauto Araujo Ramos, Auricelia Bezerra, Antonio Vieira Neto, Cicero Jose da Silva, Cicero Claudionor Lima Mota, Damian Lima Calu, José David Araujo da Silva, Francisco Demontier Araujo Granjeiro, Domingos Savio Morais Borges, Jacqueline Ferreira Gouveia, Marcio Andre Lima de Meneses, Rosane Matos Macedo, José Nivaldo Cabral de Moura, Valmir Domingos da Silva, Jose Barreto Couto Filho,

Apresentadas proposições: Não há proposições a serem apresentadas no expediente

Não há proposições a serem deliberadas na ordem do dia